RODRIGUES ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

ADVOGADO ESPECIALIZADO EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO E GESTÃO PÚBLICA.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Resenha crítica de economia brasileira

Universidade Aberta do Brasil
Aluno: Ernandes Pereira Rodrigues
Tutora: Júlia Mauricia Sales Macedo
Curso: Bacharelado em Administração Pública
 Disciplina: Economia brasileira


                       Resenha Crítica
1-Referências Bibliográficas
ABREU, Marcelo de Paiva (Org.). A ordem do progresso: cem anos de Política Econômica Republicana (1889-1989). 15. tiragem. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
ALBUQUERQUE, Marcos Cintra Cavalcanti; NICOL, Robert. Economia agrícola: o setor primário e a evolução da economia brasileira. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
ANGELO, Cláudio. Floresta pode ajudar a tirar o Brasil da crise financeira. Entrevista com Vinod Thomas. São Paulo: Jornal Folha de São Paulo. 24 maio 2009. p. A24.
ARAÚJO, Rogério Dias de. Desempenho inovador brasileiro e comportamento tecnológico das firmas domésticas e transnacionais no final da década de 90. Dissertação de Mestrado (UNICAMP). Campinas: São Paulo, 2004.
BAER, Mônica. A internacionalização financeira no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1986.
BAER, Werner. A economia brasileira. Tradução de Edite Sciulli. 2. ed. São Paulo: Nobel, 2002.
BELLUZZO, Luiz Gonzaga de Mello; COUTINHO, Renato. Desenvolvimento capitalista no Brasil. Campinas: FECAMP. 1998.
BELLUZZO, Luiz Gonzaga de Mello; ALMEIDA, Júlio Gomes de. Depois da queda: a economia brasileira da crise da dívida aos impasses do Real. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
BIELSCHOWSKY, Ricardo. Pensamento econômico brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.
BORGES, Fernando Tadeu de Miranda. Prosas com governadores de Mato Grosso (1966-2006). Cuiabá: Carlini e Caniato Editorial, 2007.
BRESSER-PEREIRA, Luiz C. Economia brasileira: uma introdução crítica. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1982.
A crise do Estado: ensaios sobre a economia brasileira. São Paulo: Livraria Nobel, 1992.
______. Macroeconomia da estagnação: crítica da ortodoxia convencional no Brasil pós-1994. São Paulo: Editora 34, 2007.
BUESCU, Mircea. Evolução econômica do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: APEC, 1974.
______. Brasil: disparidades de renda no passado; subsídios para o estudo dos problemas brasileiros. Rio de Janeiro: APEC, 1979.
CAMPOS, Roberto de Oliveira. Economia, planejamento e nacionalismo. Rio de Janeiro: APEC, 1963.
CANO, Wilson. Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil. 1930-1970. São Paulo: Global, 1985.
______. Desconcentração produtiva regional do Brasil (1970-2005). São Paulo: Editora UNESP, 2008.
CARDOSO, Eliana A. Economia brasileira atual ao alcance de todos. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.


2-Credenciais dos autores
Fernando Tadeu de Miranda Borges

Natural de Cuiabá – Mato Grosso. Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Mato Grosso (1980), mestre em Economia pela FEA-USP (1991) e doutor em História Social pela FFLCH-USP (2003). Atualmente, é diretor da Faculdade de Economia e professor associado II da Universidade Federal de Mato Grosso.
Pedro Caldas Chadarevian

Natural de São Paulo, capital. Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo (1998), mestre em Teoria Econômica pela Universidade de São Paulo (2001) e doutor em Economia pela Universidade de Paris 3, Sorbonne Nouvelle (2006). Atualmente, é professor no curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de São Carlos.
3-Perspectiva teórica do livro
       Neste novo módulo, vamos buscar uma síntese ainda maior, focando o olhar nas ferramentas econômicas de modo que possamos manuseá-las de forma coerente e correta bem como entender sua formação no contexto brasileiro. Além disso, você já adquiriu, com base em seus estudos até aqui, a capacidade de refletir sobre produção, consumo e distribuição para opinar, sempre que necessário. Isso se dá com a segurança requerida e com conhecimento a respeito da lógica do mercado em seus meandros e suas reticências, sem deixar de crer na possibilidade da conquista de um mundo mais humano e solidário.
      
4-Resumo do livro
      O livro é formado por quatro unidades, cada uma delas sob a responsabilidade do autor, traduzindo sua experiência e fundamentação sobre a importância da economia brasileira desde primórdios até os dias atuais.
      Buscando dar continuidade ao estudo da ciência econômica, os autores trazem para você, desta vez, um livro com tópicos de economia muito especial para todos nós – um livro de economia brasileira. Este tem o objetivo de fornecer os instrumentos de análise capazes de auxiliar você na compreensão das várias correntes de pensamentos sobre o modelo de desenvolvimento econômico brasileiro; de despertar para a reflexão; e de fomentar o interesse pela realização de pesquisas na área.
       Estudar a economia brasileira constitui um dever de ofício para nós que acreditamos na educação como meio para a conquista do tão almejado desenvolvimento econômico. Quando conhecemos pouco do passado, além de o presente ficar empobrecido, o futuro desaparece de cena. A assimetria de informações se tem constituído em um grave problema para as economias modernas. Precisa de uma vez por todas ser minimizada, sob pena do fosso estabelecido entre países desenvolvidos e em fase de desenvolvimento, ser ampliado.
      Ninguém deve cruzar os braços na espera que as questões postas sejam resolvidas sem as nossas interferências. Como cidadãos, temos a responsabilidade na condução dos caminhos para lidar com as heranças perversas do passado colonial e imperial, já que o “espírito aventureiro” parece ter dado lugar ao “espírito empreendedor”.
     Na fase republicana, um tipo de brasileiro com viés mais globalizado começou a tomar contornos nítidos e definidos, demonstrados por meio do espírito que passou a vigorar de que é necessário estimular a produção, superar os atrasos tecnológicos e a inserção tardia na nova ordem mundial, a fim de construir uma nação livre e soberana.
       Com relação à inserção da economia brasileira nos ditames do comércio internacional, cabe registrar que a situação de periferia, produzida desde os tempos coloniais, tem sido um dos grandes entraves para a superação do atraso. As trocas de produtos primários por produtos industrializados com suas produtividades diferenciadas trouxeram e continuam trazendo, agora um pouco menos, situações complicadas para a economia brasileira.
       O modelo de industrialização brasileira possui características próprias e precisa ser compreendido à luz da formação econômica. No início da formação econômica do Brasil, fomos inseridos no projeto determinado pelo Império português. Nesse aspecto, vale frisar que participamos do mercado internacional como parte de outros objetivos que não os daqui e que a indústria brasileira desenvolveu-se muito lentamente, principalmente pelo fato de, como colônia, obedecer aos interesses determinados externamente e não internamente. Contudo, uma questão é digna de nota: um País de dimensão continental foi construído.
Para abordar todas essas questões que tem como pano de fundo o interesse em refletir o porquê da tardia conquista da modernização de nossa estrutura produtiva.
       Na unidade um, trata inicialmente do modelo brasileiro de desenvolvimento adotado ao longo do século XX, mas é importante voltarmos um pouco no tempo para entendermos melhor os elementos políticos que influenciaram a formação da economia brasileira. A economia brasileira viveu vários ciclos (pau-brasil, cana-de-açúcar, minério-ouro, café, borracha) ao longo da historia do Brasil e em cada ciclo, um setor foi privilegiado em detrimento de outros, provocando sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira.
       Descendemos de uma economia colonial em que a colonização ocorreu por meio da ocupação de vastas extensões territoriais, sem diversificação da produção, sustentada pelo predomínio da monocultura e com a utilização da mão de obra escrava. A monocultura caracterizou a economia brasileira desde os primórdios da colonização, primeiro a cana-de-açúcar, depois o algodão e o café, principalmente, sustentaram por muitas décadas a economia do país.
       É importante relembrar que, após a independência do Brasil de Portugal, o País avançou bem pouco rumo à industrialização, mantendo-se agrário e com poucos recursos que levassem ao desenvolvimento da indústria.

       Somente na segunda metade do século XIX o excedente gerado pelo setor cafeeiro conseguiu uma expansão maior, passando a ser investido na expansão industrial, na construção de ferrovias e na urbanização de cidades

       A geração dessa riqueza foi também a base da urbanização e do processo de industrialização que ocorreu ao longo do século XX. Em face dessa transformação, o Brasil deixou de ser rural a partir dos anos 50 e hoje tem mais da metade da sua população vivendo em cidades grandes e no seu entorno.
O café foi o produto que mais impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX, passando em 1906 por dificuldades decorrentes de choque externos e em 1929 em face da queda da bolsa de Nova York, levando o mercado cafeeiro brasileiro a queimar o excedente de cafés para evitar a desvalorização do produto.
      Outro momento que é importante destacarmos em relação à economia brasileira foi o primeiro surto industrial no Brasil que ocorreu no Rio de Janeiro, em fins do século XIX, e somente depois se estendeu a São Paulo durante a Primeira República no Brasil que foi marcada pela política dos coronéis que, sob o regime da força, impunham a direção do governo, com as eleições quase sempre decididas antecipadamente, por meio das famosas atas escritas a bico de pena.
       Portanto, para finalizar essa unidade, podemos ver  que cada período tem seus valores culturais, que devem ser levados em conta, pois são realmente importantes nas tomadas de decisões. Entre os assuntos estudados, podemos destacar:
·         da República Velha à Nova República, o Brasil vivenciou diferentes situações econômicas e enfrentou desafios que deveriam ser superados, como as formas autoritárias de governo;
·         importantes focos de análise, com o propósito de despertar o desenvolvimento de novos trabalhos na área, dentro de uma perspectiva de administração pública;
·         a conquista da estabilização econômica foi a grande marca do século XX no Brasil e o interessante é que só foi conseguida em um regime de governo democrático; e
·         os Planos Econômicos elaborados dão uma ideia das dificuldades enfrentadas pela economia brasileira.
É importante considerarmos também que estamos em plena era da globalização, na qual o tempo e as distâncias redu­ziram o mundo ou, em outras palavras, economicamente o mundo ficou menor.
       Na unidade dois, os autores faz uma ampla discussão sobre o processo de industrialização no Brasil. Inicialmente podemos ver que o Brasil começou tardiamente o seu processo de industrialização, se comparado às principais potências econômicas. Isso é devido à duração prolongada da escravidão e à predominância de interes­ses agrário-exportadores ao longo da República Velha. Somente durante o chamado período desenvolvimentista da economia brasileira, entre 1930 e 1964, é que a indústria expandiu-se rapi­damente, aumentando a diversificação de nossa produção manu­fatureira. A época desenvolvimentista foi igualmente marcada por importantes avanços na legislação social e trabalhista, o que permitiu o fortalecimento do consumo nacional e a reorientação da dinâmica do setor externo para o mercado interno.
       Em seguida, podemos Ver  ainda que a estratégia brasileira de industrialização foi caracterizada por uma política de substituição de importações, que ganhou em complexidade até atingir o seu ápice no início de 1970, com a nacionalização da produção de bens de capital. A dita­dura militar (1964-1984) marcou o final do processo de industria­lização por substituição de importações, por causa de uma série de escolhas feitas pela equipe econômica no poder nesse período, como a política salarial regressiva e o aumento da dependência de capitais estrangeiros.
       Por fim, veremos que a estagnação econômica dos anos 1980, com altos índices de inflação e dívida externa crescente, afetou duramente o setor manufatureiro nacional. Dá-se início a um processo de desindustrialização no País com a abertura comercial a partir de 1990

      Na terceira unidade, os autores fazem  um debate importante no que diz respeito aos distúrbios principais de qualquer processo de desenvolvimento econômico: as desigualdades regionais e a distribuição de renda, a inflação e o desemprego, buscando entender a causa de sua manifestação tão extremada no País, na qual destacam a inflação, a desigualdade e o desemprego, que são consequên­cias inevitáveis e indesejáveis de qualquer processo rápido de modernização nas estruturas econômicas de um país.
      No Brasil, esses fenômenos assumiram um caráter extre­mado, já que os aumentos de preços alimentaram um processo hiperinflacionário entre 1985 e 1993, o desemprego e subem­prego tornaram-se problemas crônicos após a década perdida e o nível de desigualdade situa-se entre os piores do mundo.
      Um problema importante para entender a persistência de altos níveis de desigualdade no País é o caráter regressivo de nossa estrutura tributária, taxando relativamente mais os mais pobres com impostos indiretos e exigindo pouca contribuição das camadas mais abastadas, quando o contrário se observa nos países mais desenvolvidos.
      Podemos ver  ainda que uma série de planos heterodoxos foram adotados com o objetivo de controlar a inflação entre 1986 e 1993. Todos eles fracassaram, até que se colocou em prática o Plano Real, que mudou a estratégia de combate à inflação: em lugar de congelar preços, instituiu uma nova moeda indexada.
       Diante desse cenário, o novo modelo de desenvolvimen­to, que se consolidou no País a partir de 1990, deu ênfase à libe­ralização da economia, trazendo um forte impacto em termos de redução, ao mesmo tempo, na quantidade e na qualidade de empregos disponíveis para a maioria da população.
       Outro aspecto que os autores ressaltam foi que a informalidade e o subemprego, mesmo que tenham observado uma impor­tante redução ao longo do governo Lula, se mantiveram em níveis elevados, constituindo-se em uma importante barreira à expansão econômica do País.
       Por fim, podemos ver  que desde o Plano Real o Banco Central do Brasil assumiu a política monetária, mantendo sempre como objetivo central o controle da inflação. Mesmo que esta tenha se reduzido a níveis muito baixos nos anos 2000, o risco de aceleração nos preços tem sido a razão apontada pela equipe econômica do governo para a manutenção dos juros em níveis elevados.
Na unidade quatro, a última unidade, os autores retornam ao debate sobre a inserção do Brasil na economia mundial, com destaque para a América do Sul. podemos refazer alguns caminhos a respeito do tema “globalização versus dependência”, na tentativa de compreender os percursos trilhados.
Além disso, os autores faz uma passagem pelas crises enfrentadas a partir da segunda metade do século XX e sugere situações de como enfrentar o novo milênio.
As propostas sugeridas de como enfrentar as dificuldades encontram-se amparadas nos temas do passado e do presente, tendo como pano de fundo a situação do capitalismo mundial, que a partir de 2008 enfrenta uma das maiores crises e parece clamar por “um novo tipo de capitalismo”.
No bojo da discussão, podemos retornar a  algumas discussões interessantes como a questão do dólar para moeda de reserva internacional.
       Vamos, então, às unidades programadas. Faça um excelente estudo de economia brasileira e esperamos que ao final você sinta vontade de aprofundar ainda mais seus conhecimentos.
5-Conclusão da resenha
       Portanto, Neste livro teremos  a oportunidade de ver como a economia brasileira é uma disciplina que aborda a história dos fatos, das políticas e das ideias econômicas do Brasil, com ênfase no Período Republicano. Para tanto, tratamos dos principais períodos da evolução do capitalismo no Brasil, procurando delimitar as diferentes dinâmicas econômicas, como o ciclo agrário-exportador (até 1930), o ciclo industrial (até 1980) e o ciclo atual de predomínio financeiro.
       O objetivo principal desta disciplina foi o de analisar os fatores políticos, sociais e econômicos que permitiram o desencadeamento do processo de industrialização no Brasil, procurando revelar os seus alcances e limites. Paralelamente, discutimos a eficiência das políticas econômicas adotadas em termos de seu impacto tanto no crescimento da produção como na produtividade e no bem-estar do conjunto da população.
       Além disso, os autores abordam o processo de evolução econômica do País articulando-o com o plano das ideias econômicas. Isso permitiu compreender o posicionamento dos economistas em relação aos diferentes modelos de desenvolvimento em debate em um determinado contexto no País e tornar claras as suas propostas de políticas públicas.
       Os autores ressalva que estudar a economia brasileira constitui um dever de ofício para nós que acreditamos na educação como o meio para a conquista do tão almejado desenvolvimento com justiça econômica e social.
6-Critica da resenha
       O livro oferece subsídios à construção dos nossos conhecimentos diante da esfera econômica, bem como um grande suporte para diversos tipos de pesquisas no ramo da economia.
       Com sólidos conhecimentos acerca do desenrolar histórico, o autor empenham-se em apresentar clara e detalhadamente as circunstâncias e características do cenário econômico, levando-nos a compreender as ideias básicas das várias linhas de pensamentos de grandes protagonistas acerca da macroeconomia contemporânea, bem como a descobrir uma nova maneira de ver o que já havia sido visto, estudado.
       É uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, além de diversas releituras e pesquisas quanto a conceitos, autores e contextos apresentados, uma vez que as conclusões emergem a partir de esclarecimentos e posições de diversos estudiosos da ciência econômica e suas aplicações e posturas quanto ao método e o equilíbrio do sistema econômico.
7-Indicações da resenha
       A obra tem por objetivo discutir alternativas e oferecer subsídios e sugestões para estudantes universitários e pesquisadores no ramo das ciências econômicas, a fim de que possam realizar planejar e desenvolver as próprias pesquisas e, sobretudo, ampliar os conhecimentos diante da esfera econômica para que possa conduzir de forma dinâmica e equilibrada os diversos problemas que afeta direto ou indiretamente a economia. É de grande auxilio, principalmente, àqueles que desenvolvem trabalhos acadêmicos no campo da ciência social.
       Diferente de outros livros didáticos, que optam por uma leitura cronológica dos fatos econômicos, neste manual fizemos opção por uma divisão temática. Essa opção metodológica permitirá uma compreensão mais concisa das questões centrais associadas à evolução econômica do País. Evitamos, assim, o risco de comprometer o aprendizado com uma abordagem que apenas percorre as diferentes políticas econômicas ao longo do tempo e que não orienta a leitura por meio de um fio condutor analítico.
       Não se trata de um simples manual, com passos a serem seguidos, mas um livro que apresenta os fundamentos necessários à compreensão da natureza econômica, nas ciências sociais, bem como diretrizes operacionais que contribuem para o desenvolvimento da atitude crítica necessária ao progresso do conhecimento.






Resenha crítica sobre burocracia

Universidade Aberta do Brasil
Aluno:Ernandes Pereira Rodrigues
Tutora: Júlia Mauricia Sales Macedo
Curso: Bacharelado em Administração Pública
 Disciplina: Sociologia organizacional
























                       Resenha Crítica
1-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPOS, E. Sociologia da burocracia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.
CLEGG, S. R. Sucesso do modelo japonês pode fazer empresas (RE)
“descobrirem” recursos humanos. São Paulo: Tendências do trabalho, 1991.
DELLAGNELO, E. H. L. Novas formas organizacionais: ruptura com o modelo
burocrático? Florianópolis: Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa
Catarina, 2000.
DRUCKER, P. F. A organização do futuro: como preparar hoje as empresas de
amanhã. São Paulo: Futura, 2000.
ETZIONI, A. Organizações modernas. São Paulo: Pioneira, 1973.
Rev. Perspec. Contemp. Campo Mourão, v.1, n.1, jan./jul., 2006.
10
MOTA, F. C.; PEREIRA, L. C. B. Introdução à organização burocrática. 7.ed. São
Paulo: Brasiliense, 1980.
RAMOS, A. G. A Nova ciência das organizações – uma reconceituação da riqueza
das nações. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1981.
TRAGTENBERG, M. Burocracia e ideologia. São Paulo: Ática, 1992.
WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília, Universidade de Brasília, 1991. v.1.
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo, Martin
Claret, 2005.
11) NOTAS
(1) Mestrando em administração pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Pós-graduado em Contabilidade e Finanças pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e graduado em Ciências Contábeis pela Faculdade Bom Jesus (FAE). É professor titular da Faculdade Paranaense e do Núcleo Preparatório de Oficiais da Reserva do 5º Batalhão Logístico. Suas pesquisas abrangem as teorias organizacionais e a formação de redes organizacionais de forma sustentável. E-mail: june@brturbo.com.br.
Enviado: 25/02/2006
Aceito: 22/03/2006
Publicado: 06/05/2006





2-Credenciais do autor
Essa resenha foi feita a partir do artigo escrito pelo estudante June Alisson Westarb Cruz, da Faculdade Paranaense, Curitiba-PR, que aborda o seguinte tema: A BUROCRACIA FORA DO SENSO COMUM.

3-Perspectiva teórica do artigo
       O presente artigo tem por objetivo nos trazer uma análise detalhada sobre as reais contribuições da estrutura burocrática nas organizações.
       Além disso, pretende-se examinar, por meio de observações teóricas, o surgimento da burocracia e seu contexto ao longo do tempo, conforme as determinações econômico-sociais existentes. O trabalho pretende resgatar, de forma descritiva, a reflexão da real contribuição da burocracia aos dias de hoje.

        A identificação da forma do desenvolvimento de nossa sociedade nos possibilita administrar nossas potencialidades e dificuldades. Nesse contexto, o presente estudo propõe uma percepção teórica da burocracia. Contudo, trata-se de um estudo predominantemente descritivo, que aborda as origens, principais características, disfunções e colaboradores da burocracia, objetivando observar o contexto e as reais contribuições da burocracia. Como resultado, percebe-se a contribuição impar da burocracia aos dias atuais, e nos remete a uma provável percepção comum contemporânea de burocracia resumida as suas disfunções e não no seu real conteúdo.
4-Resumo do livro
       No decorrer desse presente artigo, o autor aborda sete tópicos nos quais, expõe suas ideias de forma coerente em cada um deles. Os tópicos são: origem da burocracia; aspectos do surgimento da burocracia; características da teoria da burocracia; autoridade clássica da burocracia; as disfunções da burocracia e graus da burocracia.
       O autor introduz o artigo falando sobre a discussão que a teoria das organizações vem apresentando no que diz respeito aos modelos organizacionais. O mesmo afirma que as organizações são, indiscutivelmente, o tipo de sistema predominante na sociedade contemporânea. Ainda ressalva que a Teoria das Organizações encontra seu sentido no âmbito da Sociologia das Organizações Complexas e, mostrar isso, é o principal mérito de Weber, que descreveu as organizações burocráticas com uma perspectiva dimensional, juntando uma séria de atributos organizacionais que, presentes, configuram uma forma burocrática de organização.

       No primeiro tópico, o autor emite sua ideia sobre a origem da burocracia, na qual frisa que a organização formal burocrática, identifica-se com o Estado, muito antes de seu surgimento na área da empresa privada.
       A burocracia protege uma generalidade imaginária de interesses particulares. As finalidades do Estado são as da burocracia, e as finalidades desta se transformam em finalidades do Estado. A burocracia é sinônima de toda casta, seja hindu ou chinesa. Ela possui o Estado como sua propriedade. (TRAGTENBERG, 1992, p. 24).

       Seu surgimento se deu como forma de dominação estatal na antiga Mesopotâmia, Índia, Rússia, China e antigo Egito. Emergindo como mediação dos interesses particulares e gerais, pode ser caracterizada no modo de produção asiático, coordenando os esforços da sociedade, determinando maior divisão de trabalho, separando mais rigidamente a agricultura e o artesanato. Dá-se, então, a apropriação de poucos representantes da sociedade.

       No segundo tópico, o autor nos dar uma visão aspectiva sobre o surgimento da burocracia, onde o mesmo baseia nas ideias de grandes protagonista das ciências sociais.

        Segundo Ramos (1981), uma característica distinta das modernas sociedades é seu caráter burocrático, possibilitando que as organizações atinjam dimensões enormes sem que haja disfunções graves. Entre outros, esse é um dos fatos que fez da burocracia um sistema dominante nas organizações.

       A burocracia surgiu em função de alguns aspectos, como a necessidade de métodos teóricos que possibilitassem uma abordagem global e integrada dos problemas organizacionais – tentativa que Taylor e Fayol exploraram em suas teorias, porém, com enfoques totalmente divergentes e incompletos, que se caracterizam, na maioria das variáveis, como a organização estrutural e do comportamento humano – da tendência de crescimento das organizações, que necessitariam de modelos bem definidos e aplicados a grandes estruturas, e do descobrimento das obras de Weber, que rapidamente foram aplicadas de forma prática, proporcionando as bases para a Teoria da Burocracia.

       No quarto item, o autor traz as principais características da estrutura burocrática nos dando uma visão dimensional de sua fundamentação.
De acordo com Motta e Pereira (2004), as principais características são:

·         Divisão do trabalho: atende a uma racionalidade, decorrendo a eficiência no cumprimento dos objetivos da organização, sendo assim uma estrutura racionalmente organizada.
·         Hierarquia de autoridade: um sistema organizado de domínio e subordinação mútua entre as autoridades, mediante supervisão das inferiores pelas superiores, possibilitando ao subordinado apelar da decisão de uma autoridade inferior a uma autoridade superior.
·         Separação entre administração e proprietário; surge o profissional especializado em gerir as organizações, que não se trata necessariamente do proprietário, e sim de um profissional preparado para a função de administrador.
·         Salário e promoção baseado na competência técnica; as escolhas de definição de salários e de estabelecimento de promoções, são realizadas pelo mérito e não por preferências pessoais.
·         Impessoalidade no relacionamento; não sendo possível a observação de sentimentos nas relações.
·         Rotinas e procedimentos padronizados: o funcionário não determina o que pretende ser, ele é o que a burocracia determina ou impõe, e o desempenho no cargo é assegurado por um conjunto de regras.
·         Caráter legal das normas: é uma organização regida por normas preestabelecidas por escrito, caracterizada por ter uma legislação própria.
·         Caráter formal das comunicações: usa-se comunicação escrita, todas as ações e decisões são comprovadas por documentação adequada, sendo realizadas repetitivamente através de formulários.
       No quinto tópico, o autor faz uma explanação sobre a autoridade clássica da burocracia, onde o mesmo define autoridade como a probabilidade de que um comando específico seja obedecido, representando o poder institucionalizado e oficializado. Aqui, poder implica o potencial para exercer influência sobre o próximo. Assim, a autoridade proporciona o poder, baseando-se nas fontes e tipos de legitimidade empregados e não nos tipos de poder.

       No sexto tópico, o autor faz uma síntese sobre as disfunções burocráticas onde o autor argumenta que no senso comum remete a burocracia como um lento processo de controle, que impede as soluções práticas rápidas e eficientes. Este senso comum é percebido através do estudo de suas disfunções.

       Segundo Campos “[...] sua inflexibilidade, sua aplicação pratica produz uma série de desajustes” (CAMPOS, 1976, p. 111). Ele ainda diz que podem ser comparados a pintinhos, que são condicionados para que o som de uma campainha se converta em sinal de alimento, e a mesma campainha seja utilizada para a sua decapitação. Diz ainda que em geral usa-se medidas correspondentes a preparação anterior em condições diferentes, possibilitando uma adoção errada de conduta, exercendo sobre os funcionário uma constante pressão para torná-lo metódico, prudente e disciplinado.

       Entre outras disfunções, a mais popular apresentada por Campos (1976), é o fato de as normas e os regulamentos deixarem de ser ferramentas de trabalho para serem o objetivo do trabalho, ou seja, “a submissão às normas, de inicio concebida como meio, transforma-se em um fim em si mesma”

       No último tópico, o autor fala sobre o grau da burocracia, onde alguns estudiosos nos ressalva que “Nem toda associação formal possuirá o conjunto das características incorporadas no tipo ideal de burocracia. O tipo ideal poder ser usado com uma medida que nos possibilita determinar em que aspecto  particular uma organização é burocratizada. O tipo ideal de burocracia pode ser usado como uma régua de doze polegadas. “Não se pode esperar, por exemplo, que todos os objetivos medidos pela régua tenham exatamente doze polegadas – algumas terão mais outros terão menos” (GOULDNER apud CAMPOS, 1976, p. 32).

       Trata-se de uma condição que não se observa pela ausência ou presença. Ela simplesmente está, podendo até afirmar que a burocracia é dimensionada, de acordo com o experimento de Udy (1959), pois ele utilizou sete características burocráticas, subdivididas em elementos burocráticos e elementos racionais.

Conclusão da resenha
       Portanto, nesse presente artigo, podemos ver que, a burocracia de antes não é como a burocracia de hoje, ela foi projetada para facilitar o desempenho nas organizações, mas como podemos ver, com o passar dos anos, seu significado no senso comum foi modificado, como sendo algo de difícil acesse, que é necessário uma séries de coisas, ou seja, muitas complicações.

       Podemos perceber também que o modelo burocrático contribui para a Teoria das Organizações de forma impar. Com sua percepção formal, Weber identificou algumas características da realidade, que proporcionou o desenvolvimento estrutural das organizações, e apesar de suas disfunções, interpretadas como as consequências da aplicabilidade da teoria, possibilitou desenvolver, resolver e criar inúmeros conflitos e virtudes sociais atuais. A realidade contemporânea deve-se em muito a Teoria da Burocracia, que através de suas metodologias, desenvolveu a sociedade, sendo observada em seus vários níveis nas organizações de hoje. O desenvolvimento da burocracia organiza e dá sentido a realidade, porém engessa e formaliza pessoas e serviços, dando pouco valor ao subjetivo.

5-Critica da resenha

        O artigo oferece subsídios à construção dos nossos conhecimentos diante da esfera social e econômica, bem como um grande suporte para diversos tipos de pesquisas no ramo das ciências sociais.

.6-Indicações da resenha

O presente artigo, serve como um manual para subsidiar estudantes dos cursos que envolve as ciências sociais e econômicas afim de que possam formar conhecimentos sólidos.

sábado, 19 de novembro de 2011

Questões de matemática para concursos e vestibulares

Cursinho preparatório pró IFPI-2012
Professor: Ernandes Pereira Rodrigues
Aluno: ________________________________________  
1-A conta mensal de um telefone é composta de uma taxa fixa de R$ 30,00 e de R$ 0,25 por minuto de ligação efetuada. Se essa pessoa passar 46 minutos por mês no telefone, em dois meses ela pagará:
a)        R$ 41,50   b) R$ 48,00   c) R$ 53,00     d) R$ 83,00    e) R$ 100,00


 2-Um determinado Cd contem apenas 3 músicas gravadas. Segundo a ficha deste Cd, os tempos de duração das três gravações, respectivamente, são 16mim 42s, 13mim 34s e 21mim 50s. O tempo total da gravação é:
a)      51mim 6s  b) 51mim 26s     c) 51mim 56s     d) 52mim 6s   e) 53mim 6s


3- Um comerciante contraiu de um amigo um empréstimo de R$ 600,00, comprometendose a pagar a dívida ao final de 3 meses, à taxa de juros simples de 5% ao mês. Ao final deste período o comerciante deverá pagar:
  a)  R$ 690,00 b)  R$ 670,00 c)  R$ 650,00 d)  R$ 645,00 e)  R$ 630,00


4-Uma bolsa é vendida por R$ 32,00. Se seu preço fosse aumentado em 20% quanto passaria a custar?
a)  R$ 38,40  b)  R$ 39,40  c) R$ 38,30  d)  R$ 39,30 e) R$ 37,00


5- A barraca “o rei do gatilho”, funciona com a seguinte regra: O cliente atira de graça; se acertar o alvo, ganha R$ 5,00; se errar, paga R$ 0,50. Houve uma pessoa que atirou 12 vezes e saiu ganhando R$ 5,00. Logo, essa pessoa acertou o alvo:
a)      Uma vez   b) duas vezes    c) três vezes    d) quatro vezes    e) cinco vezes

6- Estima-se que 20 pintores, trabalhando 6 horas por dia, pintem um edifício em 4 dias. Nas mesmas condições, quantos dias seriam necessários para que 6 pintores, trabalhando 8 horas por dia, pintem o mesmo edifício?
a)      10 dias   b) 15 dias   c) 20 dias    d) 25 dias    e) 30 dias

7-Na bula de um remédio pediátrico recomendase a seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2kg do “peso” da criança. Se foram ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que seu “peso” é:
     a)  13 kg     b)  12 kg    c) 8 kg    d) 7kg    e)  6kg

8-Uma loja comercializa dois produtos; A e B, e está oferecendo um desconto de 20% sobre o preço do produto A. Mesmo com esse desconto, o preço do produto A ainda é R$ 5,00 mais caro do que o do produto B. Se o preço do produto B fosse aumentado em 20%, ainda assim seu preço seria R$ 3,00 menor do que o preço do produto A com o desconto. O preço do produto A antes do desconto era
a)                            R$ 18,75. b) R$ 16,80. c) R$ 15,00. d) R$ 12,00. e) R$ 10,40.



9-Em um colégio tem 450 alunos no curso de ensino médio. Se o número de rapazes é 270, qual é a porcentagem de moças nessa escola?
a)      60%    b) 50%   c) 40%   d) 30%   e)  20%


10-Certa mercadoria está sendo vendida com desconto de 30% sobre o preço da tabela. Se o preço obtido, já com o desconto, foi de R$ 596, 40, então o preço da tabela era de:
a)                       178,92      b) 800     c)  852    d)  900    e) 1000


11-Numa cidade, 30% da população são homens e 40% da população são mulheres. Sabendo-se que há 4500 crianças, então a população dessa cidade é de:
a)      10.000   b) 15000    c)  20000    d)  25000   e) 30000

12- Se 15 homens, em 100 são médicos, quantos em 800 não são:
a)      680    b) 800   c)100    d)120    e) 700


13- Certa bactéria se multiplica tão rapidamente que seu número dobra a cada minuto. Num caco de vidro ela multiplica de tal maneira que em 59 minutos da para encher a metade do mesmo. Logo, ele estará cheio em:
a)                      1 hora   b) 1 h e 1mim     c) 59 mim     d)  1h e 58 mim    e) 1mim

14- Na planta de um edifício em construção, cuja escala é 1:50,as dimensões de uma sala retangular são 10cm e 8 cm, logo, podemos afirmar que a área dessa sala, em m2 é:
a)                          10     b) 20    c) 30     d) 40    e) 50

 15-Para uma festa de aniversário, foram feitos saquinhos com doces a serem distribuídos 2 saquinhos para cada criança ao final da festa. No dia da festa, 4 crianças não compareceram, o
que permitiu distribuir 3 saquinhos para cada uma das crianças presentes. O número de crianças que compareceram à festa foi
a)                      8.   b) 9.   c) 10.  d) 11.   e) 12.



16-Para produzir n unidades de certo produto, uma empresa tem um custo calculado de C = 200 + 3n. Se cada unidade é vendida por R$ 8,00, para se obter um lucro de R$ 4.000,00, é necessário que a quantidade de unidades vendidas seja
                 a) 840.     b) 674      .c) 525.     d) 365.        e) 270.


17-No alto de uma torre de uma emissora de televisão, duas luzes piscam com frequências diferentes. A primeira pisca 15 vezes por minuto e a segunda pisca 10 vezes por minuto. Se em certo instante as luzes piscam simultaneamente, logo, elas piscaram juntas novamente após:
a)            12s     b) 10s    c) 20s      d) 15s     e)  20s



18-Uma função de um conjunto A em um conjunto B é uma relação que para todo elemento de A se associa um único elemento de B. Considerando essa definição e que A tem 05 elementos e B tem 02 elementos, pode-se afirmar que o número de funções de A em B é:
a)       32  b)  05  c) 10  d) 20  e)  12

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CANÇÃO DO EXÍLIO

CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’in da aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


O poema "Canção do exílio" foi escrito pelo poeta brasileiro Gonçalves Dias em 1843, na cidade de Coimbra, sendo primeiros poemas do livro "Primeiros Cantos". Trata-se da obra prima desse poeta brasileiro, pertencente à primeira geração romântica, como um dos mais famosos poemas da língua portuguesa no Brasil.
O segundo poema é o "Canto de regresso à pátria", escrito pelo poeta, ensaísta e dramaturgo brasileiro Oswald de Andrade. Ele foi um expoente e promotor da Semana de Arte Moderna de 1922, na cidade de São Paulo, e pertenceu à primeira geração modernista. Oswald de Andrade foi considerado, já em sua época, o mais rebelde de seu grupo. Na análise do poema gonçalino, verifica-se que todos os versos estão metrificados na classificação de sete sílabas poéticas – ou seja, redondilha maior – o verso de sete sílabas é o mais simples, do ponto de vista da metrificação. É talvez por isso que ele seja tão comum nas cantigas de roda e canções populares, uma vez que é muito fácil de cantar. Assim, conclui-se que a "Canção do exílio" é uma cantiga que se destina a contemplar e exaltar a natureza, características da primeira geração romântica. O poeta estava estudando em Portugal, na época em que escreveu esse poema, refletindo sentimentos de saudade e patriotismo.
O uso das palavras "lá" – Brasil – e "cá" – Portugal – revelam, contudo, o tal citado acima saudosismo - pelo afastamento geográfico do poeta em relação à sua pátria. Assim, pode-se notar que o poema é dotada de uma contenção própria, ao qual se revela pela ausência de qualquer adjetivo.
Com relação ao "Canto de regresso à pátria", verifica-se que esse poema está dialogando com o poema de Gonçalves Dias. Entretanto, como se verificou acima, o diálogo pode ser contratual ou polêmico. Como citaremos à frente, o poema de Oswald de Andrade está construindo um sentido oposto ao romântico, porque ele não está celebrando a nação, muito pelo contrário, está sim ironizando-a.
Sabe-se que os modernistas da terceira geração eram conhecidos pelo anarquismo e lutavam contra o tradicionalismo; usavam de paródia, de humor, de verso livre, isto é, sem uso da métrica.
O salto para o amadurecimento impunha o enfrentamento do ridículo, mesmo na sua versão trágica. De nenhuma obra de Oswald (poesia, teatro ou ficção narrativa) se faz ausente o condimento estético dessa mistura. Disso provém sua singularidade. O riso, a ironia, a paródia se tornam recursos que se juntam ao aprofundamento da dor em sua dimensão individual ou coletiva. Em síntese, o riso, na obra de Oswald, traduz o instrumento de defesa contra a amargura trágica de um ser "desidentificado", traço constitutivo da brasilidade. É por esse atalho que segue a escrita de Oswald de Andrade. A ironia cáustica de História Pátria ("Lá vai uma barquinha carregada de aventureiros / Lá vai uma barquinha carregada de bacharéis /.../") e a paródia Canto de Regresso à Pátria ("Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar / Os passarinhos daqui / Não cantam como os de lá /.../") são exemplos típicos. De maneira contundente, os escritores modernistas, ao retomarem a temática da identidade nacional, se empenharam em tentar fugir da armadilha, construída pelo imaginário romântico, em torno do binômio (identidade / natureza).




Mar português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena?
Tudo vale a pena,
Se não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espelhou o céu.
Trata-se de um poema da segunda parte – Mar Português – da Mensagem- colectânea de poemas de Fernando Pessoa, escrita entre 1913 e 1934, data da sua publicação. Esta obra contém poesia de índole épico-lírica participando assim das características deste dois géneros. Relativamente à sua matriz épica devemos destacar o tom de exaltação heróica que percorre esta obra; a evocação dos perigos e dos desastres bem como a matéria histórica ali apresentada. No atinente à sua dimensão lírica, podemos destacar a forma fragmentária da obra, o tom menor, a interiorização da matéria épica, através da qual sujeito poético se exprime.
Nesta segunda parte da obra que nos propomos analisar abordam-se o esforço heróico na luta contra o Mar e a ânsia do Desconhecido. Aqui merecem especial atenção os navegadores que percorreram o mar em busca da imortalidade, cumprindo um dever individual e pátrio (realização terrestre de uma missão transcendente)
Em termos formais, constatamos que o poema é constituído por duas estrofes, de seis versos (sextilhas). Quanto ao metro os versos são irregulares. Os versos são decassilábicos, octossílabos. Predomina o ritmo binário, ritmo largo, adequado, é meditação lírica, embora sobre um tema épico. A rima é emparelhada, segundo o esquema aabbcc. As palavras que rimam são, na sua maioria, palavras importantes no universo do poema (sal, Portugal, choraram, rezaram, Bojador, dor, céu, realçando a sua expressividade em conjugação com a posição final de verso ocupada.
O tema desta composição poética pode dizer-se que é a apresentação dos perigos e das glórias que o mar comporta ao povo português. Este tema desenvolve-se em duas partes.
A primeira parte é constituída pela primeira estrofe, onde o sujeito poético apresenta uma realidade épica – é a síntese da história de um povo e dos sacrifícios que suportou para poder conquistar o mar; a segunda estrofe é de carácter mais reflexivo, fazendo o sujeito poético um balanço dos referidos sacrifícios. A conclusão é que valeu a pena, pois em resultado desse sofrimento o povo português conquistou o absoluto. As aspirações infinitas dos homens conduzem-nos até este ponto. A recompensa das grandes dores são as grandes glórias.
A primeira parte inicia-se com uma apóstrofe ao mar encerrando com outra desta feita não adjectivando o mar como salgado (veja-se a expressividade deste adjectivo, enfatizando o sabor amargo do sal, mas mais amargo ainda o sofrimento que causa as lágrimas já de si também salgadas – perspectiva simbólica deste elemento), mas conferindo à estrofe e de certo modo ao poema uma espécie de circularidade. A aliteração ena labial poderá sugerir a relação necessária e fatal entre o mar e o sofrimento. Tudo começa e termina no mar. A metáfora associada à hipérbole nestes dois versos iniciais (Quanto do teu sal são lágrimas de Portugal), acentuam o sofrimento causado pelo mar no povo português. Note-se ainda a metonímia em Portugal. As frases exclamativas conferem o tom épico a esta primeira estrofe e patenteiam as vítimas que o mar fazia em terra: as mães, as noivas e os filhos são os atingidos pelo sofrimento causado pelo elemento marinho. A repetição do determinante interrogativo, em posição anafórica, nos dois últimos versos acentua o dramatismo das situações narradas. Foi sobretudo nos núcleos familiares que se fizeram sentir os malefícios do mar. Ressalte-se o valor expressivo da metáfora inicial “ Por te cruzarmos”, apontando para a cruz símbolo de sofrimento. Os verbos choraram, rezaram, e ficaram por casar ainda por cima reforçado pela expressão “em vão” denotam a dor, o sofrimento e o choro aflito provocados pela destruição do amor maternal, filial e de namorados. Tudo isto porque almejamos a posse do mar “ para que fosses nosso, ó mar!”
A segunda parte inicia-se com dois versos de teor axiomático, possibilitando um balanço que para o sujeito poético é positivo, apesar de todos os sacrifícios. Basta para tal que o objectivo que esteja na base da empresa seja nobre. Note-se a reiteração de valeu...vale e mais adiante passar...passar... reforçando a relação necessária entre o sofrimento e o heroísmo. A própria interrogação retórica funciona como uma chamada de atenção para as contrapartidas que o povo português alcançara do destino. A resposta à questão que levantou o sujeito poético obtém a resposta nele mesmo, através de três frases, todas elas carregadas de grande simbolismo. A primeira resposta “ Tudo vale a pena se a alma não é pequena” sugere a grandeza da alma humana, sempre pronta a desejar o impossível, o que pode proporcionar a glória, a heroicidade. Tudo vale a pena para alcançar o ideal sonhado. Na segunda frase “ Quem quer passar além do Bojador / tem que passar além da dor”, deve entender-se Bojador na sua dimensão simbólica, de ultrapassar o medo, ultrapassar o desconhecido, conseguir a glória e a heroicidade desejada. Não obstante é necessário ultrapassar também em primeiro lugar a dor. Finalmente a terceira frase “ Deus ao mar o perigo e o abismo deu / mas nele é que espelhou o céu”. O perigo e o abismo do mar são a causa de sofrimentos, mas no sentido metafórico e simbólico que está para lá do denotativo de o céu se reflectir no mar, está a ideia de que o céu é símbolo do sonho realizado, da glória. Daqui poderemos deduzir que quem vencer os perigos do mar e o sofrimento alcançará a glória suprema. Nas frases enunciadas constatamos sempre a existência de dois elementos antitéticos “ pena”, “dor”, “perigo” e “tudo vale a pena”, “passar além da dor”, “passar além do Bojador” e “céu”. É interessante verificarmos que não existem conjunções a ligar estas frases e que a primeira tem sentido universal, sendo que a segunda particulariza o sentido ao caso português, e por último, parecendo a frase de sentido universal, ela liga-se à exclamação que introduz o poema, é para o mar português que se aponta, para a tragédia e glória de Portugal. Daqui resulta sobretudo a dimensão épica do poema. Este texto aproxima-se do episódio de Camões “ O Velho do Restelo”, mas desaparece a crítica aos Descobrimentos acentuando-se sobretudo o tom laudatório em Pessoa.
Ao longo do poema predominam os tempos do perfeito para evocar acontecimentos passados trágicos e o presente que situa o sujeito poético num tempo presente, considerando os valores morais fundamentais à construção de heróis, bravura, tenacidade e desejo de vencer.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A economia do Brasil se destaca como uma das que mais crescem no ocidente, mas o país vive segundo alguns críticos, um processo de desindustrialização. Você concorda com esse pensamento? Justifique.

Com certeza. A indústria brasileira não está perdendo espaço na economia porque outros setores estão crescendo e, sim, porque ela está encolhendo, crescendo muito  menos em comparação ao passado
Brasil depende cada vez mais da importação de manufaturas em detrimento da fabricação própria. Além disso, “a falta de investimento no desenvolvimento da indústria é um fator crítico que potencializa os riscos de o parque industrial brasileiro diminuir”.
Nos últimos anos a indústria de transformação brasileira foi aos poucos perdendo o seu  poder de competição. Vários segmentos já tiveram impactos muito fortes, porque não  podem competir com os chineses. “Existem muitas indústrias que produziam aqui no  Brasil e viram que é mais barato importar  da China”, diz. “Um exemplo, é o setor têxtil. Camisas, blusões e outros artigos são comprados daquele país a preços ridículos. O mesmo ocorre com brinquedos, armação de óculos, alto-falantes, em suma, centenas de produtos manufaturados, nos quais o Brasil perdeu competitividade e os chineses estão vendendo aqui dentro”.
“Portanto, é necessário definir estratégias de atuação que gerem incentivos à inovação, ao desenvolvimento de um setor produtivo competitivo internacionalmente, tirando-nos dessa trajetória que está sendo imposta: a de fornecedores de produtos primários e compradores de manufaturados”.

domingo, 13 de novembro de 2011

                            Cursinho preparatório pró IFPI-2012
Professor: Ernandes Pereira Rodrigues
Aluno: ________________________________________      
1-Um camelô comprou 30 ursinhos de pelúcia por R$ 165,00. Desejando lucrar R$ 75,00 com a venda desses ursinhos, por quanto o camelô deve vender cada um:
a)      (   ) R$ 9,00    b) (   ) R$  8,50   c)  (   ) R$ 8,00  d)  (   ) R$ 7,50   e)  (  ) R$ 7,00



2- Se 250 g de azeitonas custam R$ 4,60, qual será o preço de ¾ de quilo dessas azeitonas?
a)      (   ) R$ 9,20  b)  (   ) R$ 10,60  c)  (   ) R$ 12,80  d)  (   ) R$ 13,80 e) R$ 14,60


3- Se 35% do dinheiro de Pedro corresponde a R$ 105,00, qual é o dinheiro total de Pedro?
a)      (   ) R$ 150  b) (   ) R$ 250   c) (   ) R$ 300   d)  (   ) R$ 375   e)  (   ) R$ 450


4- O cafezinho vendido na barraca “ preço bom” aumentou de R$ 0,60 para R$ 0,70. Esse aumento, em termos percentuais, foi de aproximadamente:
a)       (   ) 17%   b) (   )20%  c) (   ) 23%  d)  (   ) 25%  e)  (   ) 28%


5-Uma secretária deveria telefonar para todos os clientes de sua empresa. Pela manhã, ela fez 3/5 dos telefonemas, à tarde, conseguiu fazer 3/5 dos restantes. Que fração do serviço ainda precisa ser feita:
a)      (   ) 1/3   b)  (   ) 2/5   c)  (   ) 4/15   d)  (    )  11/15    e)   (     )  1/15


6-Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina. A porcentagem de álcool na mistura é igual a:
a) ( ) 20% b) ( ) 30% c) ( ) 40% d) ( ) 50% e) ( ) 60%

7-. Seja N um número natural dado por N = 2.000 . x. Um possível valor para x que torna N um quadrado perfeito é:
a)      ( ) 100 b) ( ) 270 c) ( ) 405 d) ( ) 490 e) ( ) 555


8-Num programa de habitação, deveriam ser construídas 144 000 casas, mas, de cada 36 casas previstas, foram construídas somente 8. A alternativa que indica o número de casas que deverão ser construídas para completar o programa habitacional é:
a) ( ) 56 000 b) ( ) 86 000 c) ( ) 112 000 d) ( ) 126 000 e) ( ) 136 000

9-Teresa aplicou certa quantia a 20% ao ano e o dobro dessa quantia a 30% ao ano. Depois de um ano recebeu, das duas aplicações, R$ 1800,00 de juros simples. A alternativa que indica o quanto ela aplicou no total é:
a)      ( ) R$ 6 150  b) ( ) R$ 6 350 c)  ( ) R$ 6 450 d) ( )  R$ 6 650 e) ( ) R$ 6 750



10-Como não pagou até o dia do vencimento, Carolina teve de pagar
uma conta de R$ 50,10 com 15% de multa. O número inteiro que mais se aproxima do valor da conta com multa em reais é:
a)      ( ) R$ 55,00 b) ( ) R$ 56,00 c) ( ) R$ 57,00 d) ( ) R$ 58,00 e) ( ) R$ 59,00



11-Um elevador tem capacidade para, no máximo, 6 pessoas. O número mínimo de viagens que ele terá de fazer para levar 73 pessoas é:
a)      ( ) 13 b) ( ) 12 c) ( ) 11 d) ( ) 10 e) ( ) 9



12-Em um concurso de 30 questões, cada acerto vale 3 pontos e cada erro vale -1 ponto. Se um candidato respondeu a todas as questões e fez 38 pontos, a diferença entre o número de questões acertadas e erradas é:
a)      ( ) 6 b) ( ) 5 c) ( ) 4 d) ( ) 3 e) ( ) 2



13-A R$ 20,00 o ingresso, o show de uma banda consegue atrair, em média, 800 espectadores. Se a cada R$ 1,00 diminuído no preço do ingresso, consegue-se atrair mais 50 espectadores, qual deve ser o valor máximo da receita arrecadada por esta
banda? Lembre-se que receita é igual ao preço do ingresso multiplicado pelo número de espectadores.
a)      ( ) R$ 15.000 b) ( ) R$ 15.900 c) ( ) R$ 16.000 d) ( ) R$ 16.200 e) ( ) R$ 16.500



14-Um engenheiro deseja construir uma praça com a forma de um círculo. Sabendo que a praça deve ter uma área de 100π m2, pode-se afirmar que o diâmetro da praça é:
a)      ( ) 20m b) ( ) 30m c) ( ) 40m d) ( ) 50m e) ( ) 60m




15-Uma pessoa com 1,5 metros de altura percebe que em determinado momento do dia projeta uma sombra de 6 metros e que no mesmo momento um prédio projeta uma sombra de 40 metros. Com base nestas informações pode-se afirmar que a altura do prédio é:
a) ( ) 10metros b) ( ) 25metros c) ( ) 30metros d) ( ) 35metros e) ( ) 38metros