RESENHA
ERNANDES
PEREIRA RODRIGUES
1-REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
O mínimo que você precisa
saber para não ser um idiota, Olavo de Carvalho, 1ª edição, editora Record, Rio
de Janeiro. São Paulo, 2013.
2-
APRESENTAÇÕES DO AUTOR E DA OBRA
Olavo de Carvalho, nascido
em Campinas, Estado de São Paulo, em 29 de abril de 1947, tem sido saudado pela
crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros.
Olavo de Carvalho é um dos
principais representantes do pensamento conservador no Brasil. Publicou
diversos livros (“O Imbecil Coletivo”, “O Futuro do Pensamento Brasileiro”) e
criou o site Mídia sem Máscaras (www.midia semmascara.org).
Seus textos e aulas
on-line têm conquistado um público fiel ao longo dos anos. O novo livro vendeu
em apenas uma semana, segundo a editora Record, 10 mil exemplares. Dos Estados
Unidos, onde vive desde 2005, Olavo de Carvalho concedeu à Folha a seguinte
entrevista por e-mail.
Escritos entre 1997 e 2013
e publicados em diferentes jornais e revistas do país, os 193 textos
selecionados nesta obra esmiúçam os fatos do cotidiano - as notícias, o que
nelas fica subentendido, ou que delas passa omitido - para afinal destrinchar a
mentalidade brasileira e sua progressiva inclinação pelo torpor e pela
incompreensão.
A tônica de sua obra é a
defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva,
sobretudo quando escorada numa ideologia "científica". Para Olavo de
Carvalho, existe um vínculo indissolúvel entre a objetividade do conhecimento e
a autonomia da consciência individual, vínculo este que se perde de vista
quando o critério de validade do saber é reduzido a um formulário impessoal e
uniforme para uso da classe acadêmica.
3-RESUMO
DA OBRA
O livro é dividido em 25
capítulos ou macro temas: Juventude, Conhecimento, Vocação, Cultura, Pobreza,
Fingimento. Democracia, Socialismo, Militância, Revolução, Intelligentsia,
Inveja, Aborto, Ciência, Religião, Linguagem, Discussão, Petismo, Feminismo,
Gayzismo, Criminalidade, Dominação, EUA, Libertação e Estudo.
Cada um deles reúne um
grupo de textos, e alguns se desdobram em subtemas, como a espetacular seleção
de textos de “Revolução”, reunidos sob rubricas distintas, como, entre outras,
Globalismo, Manipulação e Capitalistas X Revolucionários.
Vivemos tempos um tanto
brutos, hostis ao pensamento. Vivemos a era em que o sentimento de “justiça” ou
o de “igualdade” com frequência, alheios ou mesmo refratários a qualquer noção
de direito — reivindicam um estatuto moralmente superior a conceitos como
verdade e realidade; estes seriam, por seu turno, meras construções subjetivas
ou de classe, urdidas com o propósito de provocar a infelicidade geral. Olavo
demole com precisão e brilho a avalanche de ideias prontas, tornadas influentes
pelo “imbecil coletivo” e que vicejam muito especialmente na imprensa fenômeno
enormemente potencializado pelas redes sociais..
O livro “o mínimo que você
precisa saber para não ser um idiota” de Olavo de Carvalho, que reúne ensaios
publicados em jornais e revistas, tornou-se um best-seller quase instantâneo.
Em entrevista, o filósofo radicado nos EUA analisa criticamente tanto a
esquerda brasileira como uma parte da “direita nascente”, que ele diz serem
formadas e formadoras de idiotas.
O mínimo que todo mundo
precisa saber para não ser um idiota não é tão mínimo assim. Ao menos na visão
de Olavo de Carvalho, ela engloba quase 200 textos, espalhados por 616 páginas.
Abarca uma miríade de temas como história, democracia, religião, ciência, linguagem,
educação, guerra (mas não só). Todo esse material, publicado originalmente pelo
filósofo em jornais e revistas entre 1997 e 2013, é agora reunido em “O Mínimo
que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota” [Record; 616 págs.; R$ 51,90].
Apontar um idiota
reconhece o livro, é tarefa fácil. Mais difícil é não sê-lo, nem fazer papel de
um. Na nada modesta cruzada de livrar o leitor de toda forma de idiotice, o
volume elege como alvo principal o pensamento de esquerda que considera
hegemônico no país.
Segundo o autor, o
brasileiro tem o mais autêntico desprezo pelo conhecimento, agarrando-se a suas
ideias toscas sem a mínima intenção de reformá-las. No Brasil, até mesmo
professores universitários são imunes às tentações cognitivas.
O aprendizado é impossível
sem o direito de errar e sem uma longa tolerância para com o estado de dúvida.
O homem tem o dever de
usar a inteligência de forma imparcial, recebendo as informações sem ideias
pré-concebidas para formar cientificamente, sem preconceitos, a própria
opinião.
O autor frisa que o homem
será capaz de conhecer a si mesmo usando o método milenar cristão do exame de
consciência. Como o alimento, o conhecimento digerido apenas de informações
exteriores transformar-se-á em detritos. O homem, na solidão, será capaz de
promover o verdadeiro conhecimento.
O autor inicia o livro
falando sobre a temática da vocação e seus equívocos, e ainda abre uma ampla
discussão se o que fazemos por dinheiro
ou por prazer, uma vez que muitos esqueceram sua vocação pelo dinheiro Quem faz
algo por vocação obedece a um chamado interior, independentemente do prazer ou
do lucro que venha a obter. Considerações de lucro ou prazer ficam fora.
O autor reza que essa
tendência em que o brasileiro deixa de seguir sua vocação foi herdada historicamente
pelos portugueses que desejavam enriquecer rapidamente, por negros que eram
escravos e por índios marginalizados, formou uma população de invejosos do
sucesso alheio.
No que diz respeito à
cultura brasileira, o autor menciona que a nulidade da nossa contribuição
espiritual chega a ser um fenômeno espantoso, sem paralelo na história do
mundo. A pressa com que nosso povo copia hábitos, modos de falar e até nomes
estrangeiros, dando a seus filhos nomes ingleses ou franceses mostra a profunda
indiferença popular com a cultura nacional. Nosso patriotismo é vazio como a
nossa cultura.
O autor pontifica que
língua, religião e alta cultura são os únicos componentes de uma nação que
podes sobreviver quando ela chega ao término da sua duração histórica. A
afirmação desses três domínios antecede as realizações político-econômicas;
não, o contrário.
Para ele, no Brasil, qualquer
sujeito que tenha algum dinheiro acredita-se conhecedor do mundo, um dominador
dos segredos mais íntimos da mente humana, da história, da sociedade e do
poder.
Por mais patente que seja aos
observadores de fora, a periculosidade dessa causa permanece invisível para
aquele que a subsidia. Isso é necessariamente assim, porque nenhum idiota
poderia imaginar-se superior se não se mostrasse também superior aos vulgares
conflitos ideológicos e partidários, declarando reiteradamente que esquerda e
direita são estereótipos superados e portanto aceitando como altas produções
culturais, ideologicamente neutras por sua superioridade mesma, as mais
ostensivas e violentas expressões da propaganda esquerdista.
Carvalho nos ensina que o maior
perigo da democracia é os cidadãos deixarem-se persuadir por um sorriso
sarcástico de superioridade vagamente atemorizante em vez de por provas e
documentos. Padronizando as opiniões, a mídia é nociva à integridade do
processo político.
Segundo o autor, graças à
imprensa, a opinião pública mundial evoluiu da idiotice à psicose.
A imprensa brasileira é atrelada
ao poder e, por isso, mente. Algo
semelhante acontece com a imprensa americana. Opinião do autor.
O autor preleciona que a inveja é
o mais dissimulado dos sentimentos humanos, não só por ser o mais desprezível
mas porque se compõe, em essência, de um conflito insolúvel entre a aversão a
si mesmo e o anseio de autovalorização, de tal modo que a alma, dividida, fala
para fora com a voz do orgulho e para dentro com a do desprezo, não logrando
jamais aquela unidade de intenção e de tom que evidencia a sinceridade.
Para o autor, o homem torna-se
invejoso quando desiste intimamente dos bens que cobiçava, por acreditar, em
segredo, que não os merece. O que lhe dói não é a falta dos bens, mas do
mérito.
Nas palavras do autor, o
conhecimento científico é uma subdivisão da capacidade racional do homem. Em
outras palavras, Ciência não existe. É a razão, não o método científico, que
confere sentido ao próprio discurso científico.
Em suma, o conhecimento
científico e mais ainda aquilo que hoje se entende popularmente como tal é uma
subdivisão especializada da capacidade racional geral e tem nela o seu
fundamento, não podendo julgá-la por seus próprios critérios.
Para o autor, as mulheres sempre
foram exploradas pelos homens. Essa afirmação não é verdadeira, na opinião do
autor.
Para ele, há milênios os homens
morrem em campos de batalha, carregam pedras, erguem edifícios, lutam com as
feras, atravessam desertos, mares e florestas, sacrificando a sua vida em
benefício das mulheres.
Outro ponto relevante levantado
pelo o autor é sobre o movimento gay. Segundo Olavo Carvalho, no início este
movimento parecia bom e necessário, mas isso foi só a fachada, a camuflagem do
que viria depois: um projeto de dominação total que proíbe críticas e não
descansará enquanto não banir a religião da face da Terra..
O autor ainda ressalva que ninguém
pede ajuda a um psicólogo para livrar-se de uma conduta indesejada se é capaz
de controlá-la pessoalmente ou se não quer abandoná-la de maneira alguma.
É bem diferente de alguém que é
homossexual porque quer, ou de alguém que deixou de ser homossexual porque quis
e teve forças para isso. Proibir o tratamento de uma compulsão é torná-la
obrigatória, é fazer de um sintoma neurótico um valor protegido pelo Estado. É
uma ideia criada por psicopatas e aplaudida por histéricos.
Olavo de Carvalho encerra a
temática dizendo que entre as diversas atividades sexuais, aquela da qual
deriva a continuidade da espécie humana tem manifesta prioridade sobre
quaisquer outras.
Com relação a criminalidade, o autor
faz duras críticas às leis brasileiras aonde chega a afirmar que pela lei, no
Brasil você pode matar roubar, sequestrar ou estuprar, seguro de que, se for
preso, sua família não passará necessidade, pois existe o Auxílio Reclusão. Já,
a família do cidadão comum morto por bandidos não tem direito a nenhum auxílio
governamental.
CONCLUSÃO
Concluindo podemos dizer que já no
título da obra já instiga de forma provocativa ao leitor adentrar na obra
O título do livro é um tanto
provocativo, até mesmo para atrair o leitor. Seria ate um pouco filosófico
chamar de “idiota” quem não compartilha certas ideias.
De acordo com o autor, ninguém é ali
chamado de idiota por “não compartilhar certas ideias”, e sim por pretender
julgar o que não conhece, por ignorar informações elementares indispensáveis e
obrigatórias na sua própria área de estudo ou de atuação intelectual.
Nesse sentido, creio ter demonstrado
meticulosamente, neste e em outros livros, que alguns dos principais líderes
intelectuais da esquerda brasileira, assim como uns quantos da direita
nascente, são realmente idiotas e fabricantes de idiotas.
“O Mínimo…” reúne, basicamente,
artigos que Olavo publicou em jornais e revistas, inclusive nas revistas
“República” e “BRAVO”.
Para nos apresentar minimamente o
conjunto de opiniões de Olavo, Felipe Moura Brasil dividiu o “O mínimo que você
precisa saber para não ser um idiota“ em várias seções. Se Olavo de Carvalho
quer educar o maior número de pessoas, o trabalho de divisão do livro é
excelente como guia minimalista e inicial. A organização facilita a consulta
por temas e também permite a qualquer um escolher qual ordem ler os artigos:
não há uma sequência no livro e os temas quando não são independentes encontram
as referências a outros artigos em notas e comentários.
Dentre as muitas ideias apresentadas
por Olavo na coletânea do livro há uma que é a principal e o tema mais
recorrente em relação ao Brasil, tendo o auge da sua exposição nos artigos
agrupados sob o título “CULTURA”, mas também complementada com o artigo “A
origem das opiniões dominantes”, que está no grupo “DISCUSSÃO” e é destacado na
contracapa do livro: é uma crise cultural o nosso maior problema. Todo o
descaminho geral é consequência disso.
A corrupção política, a pobreza no debate
nacional, a violência, pessoas servindo a causas que deveriam ser contrários, a
tentativa de calar os opositores, falta de coragem de opor-se à maioria, a
recusa em conhecer as ideias que vão contra o que se crê, estudos viciados,
produção cultural irrelevante
A minha crítica diz respeito ao fato
de ele se coloca como liberal e conservador, o que é uma grande mentira.
Conservador, sim, ele é, mas não liberal. Olavo de Carvalho é fascista e sua
defesa de um ditador como Franco é uma prova contundente disso.
Ademais, ele está sempre se colocando
a favor de golpes militares e ditaduras de direita e só um tonto não perceberia
o quanto há de fascista em seus discursos. Olavo não defende Estado mínimo nem
liberalismo nenhum. Ele não defende abertamente o nazismo porque sabe que isso
lhe traria uma série de complicações, mas em essência seu pensamento é
totalitário, antidemocrático e antiliberal.
O autor se posiciona diante de
temas extremamente polêmicos, como a concentração de renda no socialismo,
contudo, a ONU e de outras instituições que mostram que onde tem melhor
distribuição de renda é nos países capitalistas, não nos socialistas. Aliás,
nos socialistas não têm distribuição de renda nenhuma, tem é trabalho escravo.
Olavo é um radical, pois cita
livros que nunca são publicados por aqui. Claro, livro que não é publicado aqui
é por que é radical de direita. Só os fascistas é que lançam livros nos Estados
Unidos
Olavo está contribuindo com o
“emburrecimento” de pessoas que estão acostumadas a comprar pacotes prontos e
consumi-los. É mais cômodo. Pesquisar, alimentar nosso senso crítico, buscar
respostas é mais trabalhoso. Porque a cada “resposta” novas perguntas surgirão.
Então ele apresenta suas “teorias de pacotes e fascículos” explorando até
pessoas que querem aprender, mas caem no golpe e são doutrinados, tolidos da
liberdade de argumentar.
Olavo é declaradamente direitista
e na sua ambição de provar que sua visão está sempre correta ele não tem
escrúpulos em fraudar a história
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGostei! É uma boa resenha.
ResponderExcluirGostei! Ajudou a reforçar o desejo de não ler o livro.
ResponderExcluirParabéns, "Unknown". Vc conseguiu se tornar exemplo do que o livro trata: a negação ao aprendizado, ao questionamento, ao contraponto. Um idiota perfeito.
ResponderExcluir"O filósofo incomoda porque não age por impulso e nem acredita em tudo que lhe é dito, e somente depois de muito avaliar uma situação é que consegue realizar um julgamento sobre ela, desenvolvendo assim, um pensamento crítico acerca de fatos favoráveis ou não de acordo com que lhe é proposto"
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