Eu assistia a um stand up na tv, dia desses, quando o comediante disse:
“Até os meus oito anos de idade, eu achava que o meu nome fosse ‘seu burro’
porque é assim que meu pai me chamava o tempo todo”.
As palavras têm poder. Elas criam ou destróem mundos inteiros.
Assim como um pai reforça a autoconfiança e a autoestima do filho
através dos termos que emprega no relacionamento com ele, um chefe também ganha
ou perde o funcionário dependendo dos elogios e repreensões que efetua.
O problema está em entender que um elogio no trabalho nada tem a ver com
atributos pessoais do colaborador. Não se trata de dizer se ele é bom ou mau,
bonito ou feio, educado ou não. Estes são julgamentos subjetivos. Do mesmo
modo, uma repreensão jamais deve ser feita sobre situações pessoais do
funcionário – especialmente num tempo em que processos por danos morais já são
corriqueiros.
Tanto o elogio quanto a repreensão se fundamentam num único padrão de
medida: os objetivos estabelecidos para a função que o funcionário exerce.
Quando ele é flagrado desempenhando seu papel com eficiência, o chefe
deve fazer-lhe um elogio pela atitude que o flagrou desempenhando. E quando o
funcionário se distancia do procedimento ou contradiz o que foi estabelecido em
seus objetivos, ele é repreendido e instruído – ou treinado – a fazer o que se
espera dele. Detalhe importante: em ambas as situações, espera-se que o chefe
confirme sua confiança no funcionário, assim como sua certeza de que ele é competente
para repetir ou abandonar a atitude em que foi flagrado.
A conclusão é que sem objetivos claros e mensuráveis que descrevam e
possibilitem treinamento na função, nem elogios e nem repreensões terão bases
na objetividade e, portanto, não funcionarão. Isto acabará significando
desentendimentos, ineficiência e confusões frequentes. Quem perde? O chefe, o
funcionário e a equipe. Quem paga a conta? Como sempre: a empresa.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de
líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor
do livro Torta de Chocolate não Mata a Fome – Inspirações para a Vida, o
Trabalho e os Relacionamentos (Ed. nVersos, 2012). Contatos:
shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473
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